Outono, fala comigo
Quero muito descodificar o que a vida me tenta transmitir. Vivo a acreditar que a terra respira, que o mundo vibra, que tudo tem um motivo, e que cada um de nós nem sempre o consegue perceber.
Olho à minha volta e tento interpretar os sinais, fazer leitura do que a própria vida me escreve. Em cada linha há uma lição. Em cada parágrafo uma nova aventura.
E tu surges, meu Outono, no meio de tudo isto para me fazeres ver a tua nudez com a queda de lindas folhas, a tua beleza em tons de castanho e dourado, a tua neblina, os dias sombrios, o cinzento do teu céu, a chuva e seus salpicos. O correr das ribeiras, a migração de muitas aves... Tu és um abre olhos. Tu és a mensagem principal que a vida me dá. Tudo se renova, tudo morre e renasce, tudo floresce depois da nudez e do frio.
A vida é muitas vezes Outono, que me avisa que é preciso parar, é preciso pensar, é preciso saber esperar. É preciso enfrentar a chuva, é preciso perder folhas para mais tarde as voltar a ganhar. O Outono é um símbolo de mudança, de viragem.
E por isso, hoje falo contigo, meu Outono. Orienta-me e ensina-me a seguir no caminho certo. Não peço, porque nunca pedi, o mais fácil. Quero apenas aprender a mudar, e a mudar por querer mudar, não apenas porque a vida a isso me obriga. Quero mudar os percursos necessários para recuperar o equilíbrio necessário a um belo Verão na minha vida. Por isso, meu Outono, prepara-me melhor para a vida. Que eu seja capaz de lutar por uma bonita e breve Primavera.
|imagem - Nature Galaxy|