O post de hoje surje em seguimento de um comentário que recebi no post de ontem "Não sejas pote". Efetivamente muitas vezes sentimo-nos como um balão que vai enchendo e enchendo, e não nos apercebemos que o nosso acumular de emoções e de coisas que ficam por dizer transformam-nos num pote que ameaça quebrar.
É verdade que nem sempre as pessoas que te rodeiam aceitam um "não". Mas não o aceitam porque talvez as habituaste a "sins". Talvez permitiste que se moldassem de forma a obter tudo o que querem de ti. Para os outros é confortável poderem contar com os teus "sins" e conseguirem antever as tuas respostas.
No dia em que disseres pela primeira vez "não", e até talvez dês um berro porque o teu pote já está a transbordar e o teu "não" vai atingir a velocidade própria de um rally e a intensidade sonora de um avião, os outros vão sentir a sua zona de conforto ferida. E não aceitarão à primeira, porque há um egoísmo inerente ao ser humano, que mesmo que não seja intencional, fará com que a reação seja tendencialmente conflituosa.
Tudo isso abalará, para além da zona de conforto dos que te rodeiam, a tua própria zona de conforto. Porque afinal dizeres sempre que "sim" foi mais confortável do que berrares um "não" maior do que os últimos vinte "sins" que acenaste com a cabeça.
O que custa é começar! Todas as pessoas são resistentes à mudança e têm um egoísmo inerente sobretudo quando algo fere o seu próprio conforto. Viver implica muitas vezes saíres da tua zona de conforto. Mas saíres da tua zona de conforto pode ser o início de uma mudança muito positiva na tua vida, permitindo-te encontrar respostas sem filtros e apontando um atalho que te levará ao encontro contigo mesmo(a) e, por conseguinte, ao restabelecimento do teu equilíbrio. Boa mudança e que o encontro com a palavra "não" te proporcione boas aprendizagens!